quarta-feira, 30 de março de 2011

Combatendo os caramujos africanos

Caramujo Africano

A Prefeitura Municipal de Araçoiaba da Serra, através da SAMA - Secretaria da Agricultura e Meio Ambiente - já iniciou o plano de controle e erradicação imediata do Achatina fulica em 2005, 2008 e 2009 através de coleta de dados realizada pelo corpo técnico da Secretaria para a demarcação dos pontos de infestação e das áreas de risco. 

O Achatina fulica, um caramujo gigante que foi trazido da África para o Brasil na década de 80 para substituir o “Scargot”, tornou-se uma praga em quase todo o território nacional e em Araçoiaba da Serra ele ocorre desde 2002. 

Quando encontrar um caramujo certificar-se que é mesmo o Caramujo Gigante Africano, em caso de dúvida, procurar a Secretaria de Meio Ambiente do Município. Recolha os caramujos manualmente, sempre com luvas descartáveis ou sacos plásticos. 

Não coloque os caramujos no lixo, pois poderão estar transferindo a infestação, levar até o posto de recolhimento do molusco “Prefeitura Municipal, Casa da Agricultura e Postos de saúde ”. 

ATENÇÃO não use veneno, pois afeta o meio ambiente e não o molusco. Só pegue o molusco se estiver com luvas ou com saco plástico envolvendo as mãos, para não correr nenhum risco (Não Prejudique Sua Saúde). Com as mãos protegidas o caramujo não transmite nenhuma doença. Não deixar em seu terreno telhas, tijolos, sobras de construções ou excesso de plantas decorrente de podas e outros. Eles servem de criadouros. É possível também utilizar iscas atrativas, que facilitam a catação. Papas de farelo de trigo com cerveja atraem caramujos a metros de distância, cascas de frutas e legumes, estopas embebidas em cerveja ou leite, assim como simples pedaços podres de madeira que lhes servem de abrigo. 

Será realizado um dia C no município todo ano que será abordado as medidas de controle do caramujo; de prevenção contra as doenças relacionadas ao caramujo; como a população coleta esses moluscos, apresentação dos materiais informativos (folders, cartazes, faixas); apostila de referências e procedimentos; 
relação dos pontos de coleta e informação. 

Treinamento dos agentes de controle para o “Plano de controle e erradicação do Achatina fulica no município de Araçoiaba da Serra”. Os agentes de Controle são as Lideranças comunitárias (associações, igrejas, ONGs, a própria população, etc.); diretores, coordenadores e professores das escolas municipais e estaduais; funcionários SAMA; agentes de saúde.

Saiba mais sobre o Caramujo Africano

O caramujo africano pode transmitir uma série de doenças para o homem, sendo que as pessoas não devem manipulá-lo sem luvas, pois o simples contato pode causar o contágio.

O animal pode ser encontrado em hortas, jardins, planta ções e armazéns de grãos e possui uma significativa resistência à seca e ao frio.

O molusco foi introduzido no Brasil como uma versão do escargot, mas depois descobriu-se que a espécie não é comestível e transmite doenças. 

Trata-se de um molusco grande, terrestre, que, quando adulto, atinge 15 centímetros de comprimento e 8 centímetros de largura, com mais de 200 gramas de peso.

A cada dois meses, um caramujo põe pelo menos 200 ovos!


Quando chove muito numa região infestada, é comum observarmos os caramujos subindo as paredes, sendo, então, uma boa oportunidade para destruí-los. É preciso observar o local que foi infestado por eles por pelo menos três meses para verificação das reinfestações. 

Como identificar o verdadeiro caramujo-gigante africano ?

Como se sabe, os caramujos em geral gostam de locais úmidos e sombreados. Por isso, ao iniciar a busca do caramujo africano em seu quintal, verifique bem os cantos dos muros, as paredes onde não bate muita luz e os lugares em que possa haver acúmulo de galhos, restos de poda, folhas, madeiras, etc.

Também são locais muito propícios os restos de construção, entulhos e, em especial, os tijolos furados.

Como recolher o molusco ?

* A orientação é para que os próprios moradores façam o recolhimento dos moluscos e, munidos de luvas descartáveis para não ter contato com o caramujo, os coloquem em recepientes com tampa.
Para exterminar este caramujo, é necessário queimá-lo completamente, pois, caso contrário, os vermes continuam no local.
* Manuseie e colete o caramujo com a proteção de luvas ou sacos plásticos (verifique se o saco e as luvas não estão furados).
* Não coma, não beba, não fume e não leve a mão à boca, durante o manuseio do caramujo. Caso queira comer, beber ou fumar, tire as luvas e lave as mãos após ter tido contato com o caramujo.
* Coloque os caramujos africanos em sacos plásticos.
* Para exterminar os caramujos, matenha-os dentro de dois sacos plásticos e pise em cima com calçado adequado (tênis ou botas) para quebrar as conchas. Outra alternativa e ferver os caramujos durante 50 minutos.
* Após esses procedimentos enterre-os em valas de 80 cm, jogando cal virgem em cima dos caramujos mortos nos sacos (cuidado, pois a cal virgem é cáustica e queima, causando danos à pele).
Depois cubra a vala com terra.

Atenção: essas valas devem estar distantes de poços ou cisternas.

Caso tenha dúvidas sobre o melhor local para cavar a vala, consulte os órgãos de saúde ou de meio ambiente de seu município.
* Lave as mãos após esses procedimentos

Cuidados extras

Para evitar que os caramujos africanos presentes em propriedades vizinhas cheguem ao seu terreno, prepare uma mistura de sabão em pó e água, formando uma calda forte, e espalhe sobre o muro. Refaça esse procedimento a cada 3 semanas ou após cada chuva.

Para ingerir verduras, frutas ou legumes de plantações que suspeite apresentar a presença de caramujos africanos: Observe se as folhas e frutos estão inteiros, ou seja, se não foram comidos por caramujos. Despreze os vegetais que tiveram contato com os caramujos. 

Prevenção

Deixe as verduras, frutas e legumes mergulhados em uma mistura contendo 01 colher (sopa) de água sanitária para 01 litro de água, durante trinta minutos. Enxágüe muito bem antes de comer.

Doenças

A simples manipulação desses moluscos vivos pode causar contaminação, pois dois tipos de microorganismos perigosos são encontrados em sua secreção.

Um deles é o Angiostrongytus costaricensis, causador da angiostrongilíase abdominal, doença que pode resultar em morte por perfuração intestinal, peritonite e hemorragia abdominal.  Os sintomas são dor abdominal, febre prolongada, anorexia e vômito.

O outro é o Angiostrongylos cantonensis, causador da angiostrongilíase meningoencefálica humana, que tem como sintomas dor de cabeça forte e constante, rigidez na nuca e distúrbios do sistema nervoso. 

EVITAR AS SEGUINTES CONDUTAS 

•  Não use sal para controlar os caramujos, para evitar a salinização do solo, destruindo o gramado e as plantas por muitos anos. 
•  A utilização de venenos ou moluscicidas não deve ser feita, uma vez que outros animais e até pessoas podem ser contaminadas, e até morrerem. 

Histórico 

O caramujo-africano é um molusco terrestre, originário do nordeste da África, relatado pela primeira vez, fora de habitat natural, em 1803, na Ilha Maurício, sendo disseminado para diversos países como Índia, Ceilão, Malásia, Austrália, Gana, Costa do Marfim, Japão, Estados Unidos, Indonésia, diversos países insulares, inclusive o Hawaí, e outros.

Por dados levantados o molusco foi introduzido ilegalmente no Brasil, em uma feira agropecuária realizada em Curitiba, entre  1988 e 1989, por empreendedores que visavam a concorrência com o verdadeiro “escargot” (Helix aspersa), em função de suas características biológicas (alta taxa de reprodução, adapta-se a diferentes ambientes) e ausência de predadores naturais. Sua presença foi constatada no Brasil, nos Estados do AM, BA, ES, GO, MA, MG, PA, PB, PR, PE, PI, RJ, RO, SC, SP e DF.

Em 1996, alguns produtores goianos tentaram a formação de uma cooperativa para criação de escargot, no entanto, fotos comprovaram que se tratava do caramujo-africano. Como não obtiveram êxito, o insucesso comercial  provocou desistência na criação e a soltura inadequada do molusco no meio ambiente, facilitando sua disseminação. Concomitantemente, propensos criadores, inadvertidamente, coletaram indivíduos ferais (asselvajados, em vida livre) com objetivo experimental e/ou comercial, originando o problema que se agravou mais, porque a espécie introduzida tem alto potencial invasor, sendo considerada uma das cem piores espécies da Lista na União para Conservação da Natureza (UICN).

Características biológicas da espécie

Os adultos da espécie atingem até 18 cm de comprimento de concha e pesam até 500 g. No sudoeste do Brasil, eles chegam no máximo a 10 cm de concha e 100 g de peso total. Os jovens possuem as mesmas características de concha dos adultos.

É uma espécie extremamente prolífica, alcançando a maturidade sexual aos 4 ou 5 meses. A fecundação é mutua pois os indivíduos são hermafroditas e podem realizar até cinco posturas por ano, podendo atingir de 50 a 400 ovos por postura. É ativa no inverno, resistente ao frio hibernal e à seca. Normalmente passa o dia escondido e sai para se alimentar e reproduzir à noite, ou durante e logo após as chuvas. A tonalidade do corpo é cinza-escuro e as conchas possuem faixas de coloração variável, de castanho até levemente arroxeado. Os ovos são um pouco maiores que uma semente de mamão, e possuem coloração branco-leitosa ou amarelada.

Introdução ao Brasil

Presente em diversas partes do planeta, o caramujo Achatina fulica foi introduzido ilegalmente no Brasil inicialmente no estado do Paraná na década de 1980 como alternativa econômica ao escargot (Helix aspersa) por um servidor da Secretaria de Agricultura.

A segunda introdução teria ocorrido no Porto de Santos por um servidor público em meados da década de 90, que montou um heliciário na Praia Grande, no qual promovia cursos de final de semana. O fracasso das tentativas de comercialização levou os criadores, por desinformação, a soltar os caramujos nas matas. 

Como se reproduz rapidamente e não possui predadores naturais no Brasil, tornou-se uma praga agrícola e pode ser encontrado em praticamente todo o país, inclusive nas regiões litorâneas.

Achatina e a Saúde Pública

Esse caramujo pode transmitir ao ser humano o verme Angiostrongylus cantonensis causador de meningite, por ser o hospedeiro natural dele. Esse tipo de meningite ocorre principalmente na Ásia, porém, há notificação de casos em Cuba, Porto Rico e Estados Unidos. Apesar disso, são baixas as chances de essa doença se instalar no país.

O Achatina também transmite o parasita Angiostrongylus costaricensis, angiostrongilose abdominal, que ocorre desde o sul dos Estados Unidos até o norte da Argentina. Raramente a doença evolui para forma letal, permanecendo na maior parte das vezes assintomática ou comportando-se como uma parasitose comum. 

No Brasil essa doença é transmitida por caramujos nativos, e não pelo gigante africano; na região sul do país encontra-se a maioria dos casos. Apesar de não haver registro de exemplares de A.fulica adultos naturalmente infectados no Brasil, as larvas podem se infectar através da ingestão de hortaliças contaminadas 
com o muco deixado pelo molusco adulto silvestre ao se movimentar. Por isso, recomenda-se lavar as verduras em água corrente e depois deixar as mesmas em molho, bastando colocar apenas uma colher de sobremesa de água sanitária em um litro de água e deixar os alimentos em molho por durante 15 minutos.

O Caramujo Africano também é responsavel pela potencial transmissão da Febre amarela e, potencialmente, da Dengue. Foi constatado inicialmente na Tanzânia que as conchas de Achatinas mortos podiam encher-se d'água e tornar-se um potencial ponto para a proliferação do Aedes aegypti, mosquito transmissor dessas doenças. Em 2001, esse mosquito também foi encontrado em conchas de Achatina fulica no estado de São Paulo. Devido ao seu sucesso reprodutivo, ele tornou-se uma terrível praga agrícola, alimentando-se vorazmente de diversos vegetais de consumo humano, e por isso um parecer técnico 003/03 publicado pelo Ibama e pelo Ministério da Agricultura em 2003, que considera ilegal a criação de caramujos africanos no país, determina a erradicação da espécie e prevê a notificação dos produtores sobre a ilegalidade da atividade. Este parecer vem reforçar a Portaria 102/98 do Ibama, de 1998, que regulamenta os criadouros de fauna exótica para fins comerciais com o estabelecimento de modelos de criação e a exigência de registro 
dos criadouros junto ao Ibama.

O combate

Para combater o Achatina fulica, inicialmente é necessário identificar corretamente o caramujo africano para que não haja qualquer confusão com as espécies nativas, posteriormente o exemplar deve ser pego com luva ou saco plástico para evitar o contato direto com ele, e deve ser colocado sal ou cloro sobre o mesmo; também pode-se esmagá-lo, e não se deve esquecer de destruir seus ovos no solo com uma vassoura de grama. Quando chove muito numa região infestada, é comum observarmos os caramujos subindo as paredes, sendo, então, uma boa oportunidade para destruí-los. É preciso observar o local que foi infestado por eles por pelo menos três meses para verificação das reinfestações. O combate químico com o uso de pesticidas não é indicado, pois o produto pode contaminar o solo, a água e até o lençol freático, podendo, assim, levar a intoxicação dos animais e do ser humano, além disso, o molusco pode ser resistente a vários pesticidas.

A criação do Achatina fulica no Brasil foi considerada "de risco". Se adaptou muito bem às condições do país criando gerações sem controle em ambiente silvestre. Vários criadores soltaram espécimes na natureza, gerando uma situação de risco biológico por sua prolificidade.


FONTE:
1) Secretaria da Agricultura e Meio Ambiente de Araçoiaba da Serra - SP
2) Blog Iporá Goiás
3) Wikipedia

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